Simone e a opção segura pelo disco ao vivo
Cantora escolheu a dedo repertório de canções bastante conhecidas, mas de sua predileção pessoal; disco marca sua saída da Universal Music
Marco Antonio Barbosa
20/12/2002
Feminino, terceiro álbum ao vivo da carreira de Simone, é, aparentemente, bem similar ao conceito que guiou Gal Costa em Bossa Tropical - cantar canções muito populares acreditando que o toque de sua interpretação basta para conferir personalidade e vigor ao conjunto. Entretanto, para chegar a Feminino, Simone caminhou um caminho bem diferente ao de Gal, visto que Seda Pura, seu álbum de 2001, apostava basicamente em músicas novas e foi apontado como uma lufada de ar fresco na carreira da cantora.
Segundo a cantora, a diferença entre Feminino e seus outros discos ao vivo é que, desta vez, um repertório foi criado especialmente para a gravação (feita em agosto, nas dependências da gravadora Universal, no Rio de Janeiro). O novo CD é mais daqueles "projetos especiais" propostos pela gravadora que, ao menos, deu a Simone liberdade para escolher o repertório. "Desde o começo, concebemos o álbum desta maneira. Como tinha que sair até o fim do ano, não haveria tempo para selecionarmos material inédito o suficiente", afirmou Simone.
Dá-lhe, então, reinterpretações de Me Chama, Codinome Beija-Flor (ambas já gravadas pela cantora), Vambora (Adriana Calcanhotto), A Maçã (Raul Seixas), Escândalo (Caetano)... Simone arrisca-se até em plagas inesperadas, como o samba-reggae (Mal-acostumado, do Araketu) e a sofisticação de Resposta ao Tempo, notabilizada por Nana Caymmi. "O único critério foi o de escolher músicas que eu sempre quis cantar, mas que, de uma maneira ou de outra, nunca pude gravar", relatou Simone.
Coordenados pelo produtor Guto Graça Mello e pelo arranjador Ricardo Leão, os músicos da banda de Simone conferem uma performance sutil, privilegiando violões e teclados. "Não há guitarras. O clima da instrumentação acabou tendo a ver com a escolha do nome do disco, na verdade: nos dias de gravação, ouvi comentários de que o disco ficou doce, enaltece o amor, a mulher, a delicadeza. Por isso Feminino", contou Simone. Rasgando o protocolo delicado do disco está a participação de Zeca Pagodinho, que canta com Simone os sambas Se Acaso Você Chegasse e Sem Compromisso. "Era para ter vários outros convidados. Mas acabou não dando para conciliar as agendas e só o Zeca pôde participar", disse Simone.
O fato é que o disco tem um cheiro inescapável de obrigação contratual. Simone está de malas prontas para deixar a Universal; Feminino é seu último disco pela gravadora multinacional. A hipótese ganha força ao se saber que a cantora pretendia, originalmente, gravar o repertório mais pop e ousado de seu último disco de estúdio. "Quero montar meu próprio selo", afirmou a cantora, que teria ficado insatisfeita com o resultado comercial de Seda Pura e a forma como a Universal divulgou o álbum. Simone pretende lançar, como estréia de seu selo, um álbum com composições de Maysa.
Segundo a cantora, a diferença entre Feminino e seus outros discos ao vivo é que, desta vez, um repertório foi criado especialmente para a gravação (feita em agosto, nas dependências da gravadora Universal, no Rio de Janeiro). O novo CD é mais daqueles "projetos especiais" propostos pela gravadora que, ao menos, deu a Simone liberdade para escolher o repertório. "Desde o começo, concebemos o álbum desta maneira. Como tinha que sair até o fim do ano, não haveria tempo para selecionarmos material inédito o suficiente", afirmou Simone.
Dá-lhe, então, reinterpretações de Me Chama, Codinome Beija-Flor (ambas já gravadas pela cantora), Vambora (Adriana Calcanhotto), A Maçã (Raul Seixas), Escândalo (Caetano)... Simone arrisca-se até em plagas inesperadas, como o samba-reggae (Mal-acostumado, do Araketu) e a sofisticação de Resposta ao Tempo, notabilizada por Nana Caymmi. "O único critério foi o de escolher músicas que eu sempre quis cantar, mas que, de uma maneira ou de outra, nunca pude gravar", relatou Simone.
Coordenados pelo produtor Guto Graça Mello e pelo arranjador Ricardo Leão, os músicos da banda de Simone conferem uma performance sutil, privilegiando violões e teclados. "Não há guitarras. O clima da instrumentação acabou tendo a ver com a escolha do nome do disco, na verdade: nos dias de gravação, ouvi comentários de que o disco ficou doce, enaltece o amor, a mulher, a delicadeza. Por isso Feminino", contou Simone. Rasgando o protocolo delicado do disco está a participação de Zeca Pagodinho, que canta com Simone os sambas Se Acaso Você Chegasse e Sem Compromisso. "Era para ter vários outros convidados. Mas acabou não dando para conciliar as agendas e só o Zeca pôde participar", disse Simone.
O fato é que o disco tem um cheiro inescapável de obrigação contratual. Simone está de malas prontas para deixar a Universal; Feminino é seu último disco pela gravadora multinacional. A hipótese ganha força ao se saber que a cantora pretendia, originalmente, gravar o repertório mais pop e ousado de seu último disco de estúdio. "Quero montar meu próprio selo", afirmou a cantora, que teria ficado insatisfeita com o resultado comercial de Seda Pura e a forma como a Universal divulgou o álbum. Simone pretende lançar, como estréia de seu selo, um álbum com composições de Maysa.