Site propõe nova forma de remuneração ao artista

Fairtunes.com presta serviço diferente: recolhe pagamento espontâneo do público para as músicas encontradas gratuitamente na internet

Paulo Rebêlo
25/09/2000
Você pagaria uma quantia, qualquer que fosse, pelas músicas de uma banda as quais pode baixar de graça na internet no formato MP3?

No ar desde julho, a Fairtunes.com conta com a consciência dos internautas para tornar-se conhecida, viável e lucrativa. A empresa lançou uma proposta curiosa no rol das confusões sobre infração de direitos autorais causadas pelo MP3.

Através do site e usando o cartão de crédito, o usuário pode desembolsar uma quantia a ser paga diretamente ao artista escolhido, sem o intermédio de gravadoras ou terceiros. O argumento da Fairtunes.com é que os fãs poderão fazer contribuições voluntárias e assim sentir-se menos culpados.

Matt Goyer, um dos fundadores do projeto, alega a impossibilidade de se impedir ou evitar a proliferação desenfreada do MP3, por conta da flexibilidade e praticidade do formato. No seu entender, as pessoas precisam apenas de uma opção mais simples para fazer a coisa certa.

Ainda embrionário, o Fairtunes.com tem divulgação escassa e não pretende passar a ser o sustento dos artistas em substituição às gravadoras. Contudo, pode tornar-se um negócio lucrativo, além de mais um detalhe a incomodar o atual modelo comercial entre gravadoras e artistas.

Ao comprar um CD nas lojas, o consumidor paga mais ou menos US$ 0,50 ao artista. Até agora, já foram depositados US$ 3 mil no Fairtunes.com e alguns dados são interessantes. O Offspring, que recentemente anunciou disponibilizar seu novo álbum de forma gratuita na web, recebeu US$ 12, enquanto o Metallica, pivô das confusões contra o Napster, recebeu US$ 15. Courtney Love recebeu US$ 136.

Paulo Rebêlo é editor da revista Plural Web

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