Skank leva sua <i>Maquinarama</i> ao Canecão

Embalada pelo sucesso das músicas Três Lados e Balada do Amor Inabalável, banda mineira apresenta no célebre palco carioca o seu disco mais roqueiro, que foi sucesso de crítica

Silvio Essinger
15/08/2000
Dois meses atrás, o Skank lançava Maquinarama, o disco que marcava sua partida definitiva do modelo pop-reggae para outras praias, mais roqueiras, com um olho nos anos 60, outro nas eletrônicas do fim dos 90. O sucesso das faixas Três Lados e Balada do Amor Inabalável, mais uma boa quantidade de críticas elogiosas ao CD embalaram a banda em sua peregrinação pela estrada. Depois de uma estréia em Curitiba e uma série de shows em feiras agropecuárias pelo interior do país, Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zanetti e Haroldo Ferretti chegam ao Rio de Janeiro para dois shows no Canecão, no sábado e no domingo. O clima é o mais tranqüilo possível, como adianta Haroldo, o baterista: "Maquinarama é o álbum que mais se parece com o que o Skank é no palco. Apesar das programações e samplers, lá em cima sempre foi a gente tocando. Esse disco foi muito mais fácil de passar para o palco."

Com abertura do Dread Lion no sábado e da Penélope no domingo, o show terá de sete a dez músicas do novo disco. "Estamos experimentando a ordem de show a show", diz Haroldo. Assim como a crítica, a banda também se mostra muito satisfeita com Maquinarama. "Foi o disco que mais nos agradou. Siderado (o anterior, de 1998) era um álbum de transição. Com ele, não conseguimos o resultado que esperávamos", conta. Gravado em Belo Horizonte, no estúdio caseiro da banda e produzido por Tom Capone e Chico Neves, o novo disco liberou o baterista para sentar a mão no instrumento, depois de tantos sons programados em máquinas nos outros discos. "Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo", diz. "Armávamos a bateria e gravávamos, experimentando sons em salas diferentes. E todos os loops de bateria foram criados a partir de coisas que eu toquei. Foi mais visceral", diz.

No Rio, o Skank estréia o cenário de Maquinarama, com muita cor e estética anos 60. Estarão no show, é claro, sucessos como Resposta, Garota Nacional, É uma Partida de Futebol, É Proibido Fumar, Te Ver, Esmola, Jackie Tequila e músicas menos tocadas, como A Cerca. Na semana que vem, a banda repete a temporada no Olympia e segue em turnê brasileira. No meio do caminho, faz também alguns shows com O Rappa, em turnê patrocinada pelo absorvente feminino Sempre Livre

A única incursão pelo exterior do Skank este ano talvez seja em Portugal, onde o disco foi lançado simultaneamente ao Brasil. Em meados do ano que vem, os músicos devem retomar as turnês européias de verão, que fizeram com bastante sucesso até 1998. "Não queremos deixar essa idéia morrer", diz Haroldo. O ritmo frenético na estrada, porém, é coisa do passado. "A gente não é da filosofia de fazer 30 shows por mês – no máximo três por semana. Foi a forma que se encontrou para evitar o desgaste. A gente andou na contramão para isso", explica o baterista.