Tem samba-funk no morro do alemão
Escalado para o Rock In Rio III, o Funk'n Lata de Ivo Meirelles excursiona pela Alemanha, apresentando músicas do próximo disco, Força de Expressão, que sai no mês que vem
Felipe Tadeu
10/08/2000
MAINZ, ALEMANHA – Ivo Meirelles e seu grupo Funk'n Lata estão em plena turnê pelas cidades alemãs, numa temporada européia iniciada em 21 de junho. Até o dia 20 de agosto, os meninos da Mangueira terão passado por seis países (os outros são a França, Dinamarca, Portugal, Itália e Bélgica), totalizando 18 apresentações, dez das quais só no país de Beethoven. Depois de terem tocado em outubro último na Womex – World Music Exposition 99, em Berlim, a banda brasileira vem conquistando um espaço significativo junto ao público germânico, com sua bem dosada mescla de samba, funk, rock e hip hop.
Na terça-feira, a banda subiu ao palco do Kulturzentrum, em Mainz, como uma das principais atrações do KUZ Sommer, um festival que acontece desde 1991 como uma das melhores vitrines para a música brasileira na Alemanha. De Gal Costa a Milton Nascimento, passando por Djavan, Chico Science, Caetano e Paralamas do Sucesso, não há quem descarte um show neste centro cultural, localizado às margens do rio Reno. Vale lembrar que foi no Kulturzentrum que Chico Buarque realizou seu único concerto no país até hoje, em 1993.
A apresentação do Funk'n Lata foi irresistível. Contando com dez ritmistas munidos de surdões, repiques, caixas e tamborins, além de um trio de sopros, uma guitarra e um baixo, o grupo fez o centro cultural virar um baile funk dos subúrbios cariocas. Não que a maior parte da platéia fosse brasileira – das cerca de 400 pessoas que foram assistir aos artistas mangueirenses, 70% eram alemães ou gente de outras nacionalidades. O grande trunfo do Funk'n Lata naquela noite foi envolver a platéia desde o primeiro momento, baseando-se na performance de seus risonhos percussionistas e no talento de Ivo Meirelles como comunicador.
O repertório também não deixava margem a constragimentos. Manipulando com muita destreza as influências sonoras da black music, o grupo recorreu à santíssima trindade do suíngue brasileiro – Tim Maia, Jorge Ben Jor e Carlinhos Brown –, na hora de perfilar boa parte das músicas. Mama África, Sossego, A Banda do Zé Pretinho e A Namorada eram a garantia de que ninguém ficaria parado naquela noite. "Pau na mula", gritou Ivo Meirelles, atiçando sua legião criloura a arrepiar nos couros e na lata e fazer o povo todo cair dentro da Salsa-Samba, faixa de O Coro Tá Comendo, último disco do Funk'n Lata, de 1998. Depois ainda viriam outras composições de Ivo: Não é Mole Não e Boquete. A banda ainda presenteou o público alemão com Fim de Semana no Parque, dos Racionais MCs.
Antes do Rock in Rio, o novo álbum
Escalados para dividir o palco do próximo Rock in Rio ao lado da correligionária Fernandinha Abreu e os mineiros do Pato Fu, Ivo Meirelles e o Funk'n Lata se preparam para lançar o seu novo CD em setembro. Batizado de Força de Expressão, título de uma música de autoria de Nelson Cavaquinho, o disco contará com a participação especial de Gilberto Gil atacando na versão de sua Aquele Abraço. "O disco está saindo pelo meu selo, o Do Black Records. Tem Rainha da Avenida, uma homenagem que fiz para Valéria Valenssa, além de É Proibido Fumar, de Roberto e Erasmo Carlos", revela Ivo. Quanto à oportunidade de tocar no festival organizado por Roberto Medina, o líder do Funk'n Lata fica satisfeito só de pensar em tocar para a grande multidão. "Todo mundo da banda está acostumado a sair no desfile das escolas de samba, mas no Rock in Rio talvez tenhamos nosso maior público", acredita Ivo.
Confiantes no sucesso da banda também na Alemanha, os músicos fazem planos de ir ao país todo santo ano. Como, por sinal, a Velha Guarda da Mangueira, que também foi cantar samba este ano em Berlim e adjacências.
Na terça-feira, a banda subiu ao palco do Kulturzentrum, em Mainz, como uma das principais atrações do KUZ Sommer, um festival que acontece desde 1991 como uma das melhores vitrines para a música brasileira na Alemanha. De Gal Costa a Milton Nascimento, passando por Djavan, Chico Science, Caetano e Paralamas do Sucesso, não há quem descarte um show neste centro cultural, localizado às margens do rio Reno. Vale lembrar que foi no Kulturzentrum que Chico Buarque realizou seu único concerto no país até hoje, em 1993.
A apresentação do Funk'n Lata foi irresistível. Contando com dez ritmistas munidos de surdões, repiques, caixas e tamborins, além de um trio de sopros, uma guitarra e um baixo, o grupo fez o centro cultural virar um baile funk dos subúrbios cariocas. Não que a maior parte da platéia fosse brasileira – das cerca de 400 pessoas que foram assistir aos artistas mangueirenses, 70% eram alemães ou gente de outras nacionalidades. O grande trunfo do Funk'n Lata naquela noite foi envolver a platéia desde o primeiro momento, baseando-se na performance de seus risonhos percussionistas e no talento de Ivo Meirelles como comunicador.
O repertório também não deixava margem a constragimentos. Manipulando com muita destreza as influências sonoras da black music, o grupo recorreu à santíssima trindade do suíngue brasileiro – Tim Maia, Jorge Ben Jor e Carlinhos Brown –, na hora de perfilar boa parte das músicas. Mama África, Sossego, A Banda do Zé Pretinho e A Namorada eram a garantia de que ninguém ficaria parado naquela noite. "Pau na mula", gritou Ivo Meirelles, atiçando sua legião criloura a arrepiar nos couros e na lata e fazer o povo todo cair dentro da Salsa-Samba, faixa de O Coro Tá Comendo, último disco do Funk'n Lata, de 1998. Depois ainda viriam outras composições de Ivo: Não é Mole Não e Boquete. A banda ainda presenteou o público alemão com Fim de Semana no Parque, dos Racionais MCs.
Antes do Rock in Rio, o novo álbum
Escalados para dividir o palco do próximo Rock in Rio ao lado da correligionária Fernandinha Abreu e os mineiros do Pato Fu, Ivo Meirelles e o Funk'n Lata se preparam para lançar o seu novo CD em setembro. Batizado de Força de Expressão, título de uma música de autoria de Nelson Cavaquinho, o disco contará com a participação especial de Gilberto Gil atacando na versão de sua Aquele Abraço. "O disco está saindo pelo meu selo, o Do Black Records. Tem Rainha da Avenida, uma homenagem que fiz para Valéria Valenssa, além de É Proibido Fumar, de Roberto e Erasmo Carlos", revela Ivo. Quanto à oportunidade de tocar no festival organizado por Roberto Medina, o líder do Funk'n Lata fica satisfeito só de pensar em tocar para a grande multidão. "Todo mundo da banda está acostumado a sair no desfile das escolas de samba, mas no Rock in Rio talvez tenhamos nosso maior público", acredita Ivo.
Confiantes no sucesso da banda também na Alemanha, os músicos fazem planos de ir ao país todo santo ano. Como, por sinal, a Velha Guarda da Mangueira, que também foi cantar samba este ano em Berlim e adjacências.