Trama e TV Gazeta exibem shows de MPB no Carnaval

Quem não suporta ligar a televisão no carnaval, por causa das entediantes transmissões de desfiles e bailes, terá uma opção melhor este ano. A TV Gazeta e a Trama Filmes firmaram uma parceria, que levará ao ar o projeto MMB-Movimento Musical Brasileiro com shows exclusivos gravados com os principais artistas do cast da Trama. Os programas serão exibidos durante todo o carnaval, a partir das 22 horas, com a seguinte programação: Wilson Simoninha (sábado, dia 24), Max de Castro (domingo, dia 25), Pedro Mariano (26, segunda-feira) e Tom Zé (27, terça-feira).

"Não temos nada contra o Carnaval — tanto que somos os responsáveis pelo lançamento do CD com os sambas de enredo do Carnaval 2001 de São Paulo —, apenas queremos dar uma outra alternativa para quem está em casa assistindo televisão neste horário", diz João Marcello Bôscoli, diretor da gravadora Trama, que a pedido da emissora paulista foi escalado para apresentar a programação. Os espetáculos, com uma média de duas horas de duração, foram gravados na casa de shows Directv (São Paulo), em outubro do ano passado. "Posso adiantar que são shows de altíssima qualidade, gravados em 32 canais, boa parte deles visto e aplaudido na Tenda Brasil, no Rock in Rio".

Não é a primeira vez que João Marcello tenta uma parceria com a TV Gazeta. Nos anos 90, ele comandou o Companhia da Música, programa que recebia artistas dos mais variados gêneros. "Naquela época abri um espaço importante para músicos que estavam começando. Os Racionais, por exemplo, se apresentaram pela primeira vez na televisão no meu programa", lembra o produtor, que pode vir a comandar um programa similar ao Companhia da Música, dependendo da audiência alcançada neste novo projeto . "Estamos vivendo um momento incrível da música brasileira. Tenho orgulho de estar acompanhamento de perto o nascimento de artistas promissores, como Max de Castro e Simoninha".

Segundo João Marcello, Max de Castro tem potencial para ser tão popular quanto Lulu Santos e Milton Nascimento. "Não tenho a menor dúvida que ele em pouco tempo estará vendendo dois milhões de discos", empolga-se o produtor. Até agora, Max vendeu 40 mil discos do álbum de estréia, Samba Raro e que ganhou elogios de publicações especializadas no Brasil, Europa e Estados Unidos (recentemente até na revista Time). "Se fosse em outra gravadora, já teriam inventado um disco de ouro para o Max por 100 mil cópias vendidas. Mas não sou de fazer esse tipo de coisa. Prefiro curtir e apreciar a ascensão de um grande artista."