Triângulo amoroso orienta o espetáculo
Com pretensões de ópera-pop, Cambaio promete, segundo o diretor, ser um peça essencialmente brasileira, com influências do mundo inteiro
Carlos Calado
12/04/2001
Um popstar (o Cara) e um cambista (o Rato) enfrentam-se pelo amor de uma garota (a Bela). Assim pode ser sintetizado o conflito central do roteiro de Cambaio. "Muito rusticamente, trata-se de um triângulo amoroso: a disputa de uma mulher por dois homens, num universo de sonho", resume a co-autora Adriana Falcão, que também foi parceira do diretor (e marido) João Falcão em textos escritos para projetos de sucesso, na Rede Globo, como A Comédia da Vida Privada e O Auto da Compadecida.
"Cambaio é um espetáculo essencialmente brasileiro, com influências do mundo inteiro", afirmou o diretor, anteontem, em outro debate com o público paulista, no Teatro do Sesc Vila Mariana, que precedeu o encontro com Chico Buarque, Edu Lobo e Lenine. "Talvez seja uma ópera-pop", arriscou o encenador pernambucano, negando que tenha sofrido alguma influência direta dos musicais norte-americanos da Broadway. "Até cinco anos atrás, eu vivia em Pernambuco. Não tive acesso a musicais no teatro. Minha ligação com a música vem da rua, dos bois, do Carnaval", disse, ressaltando, no entanto, que não tem ligações mais profundas com o folclore. "Tenho uma formação bem urbana", afirmou.
Segundo o diretor, sua intenção durante a difícil tarefa de escolher o elenco foi, antes de tudo, formar uma companhia, independentemente da possível divisão dos papéis. "Eu chamaria pelo menos umas 80 pessoas das que participaram na última sessão de testes. Todas elas tinham um talento impressionante. O critério de escolha acabou sendo o de combinar pessoas, para criar uma diversidade e uma unidade de referências", justificou. Por essa razão, Falcão não diferencia atores e músicos no elenco. "Achei melhor conseguir músicos com disponibilidade de fazer também o trabalho de preparação de corpo. Eu queria uma galera pronta para qualquer coisa", diz.
Falando sobre o processo de criação do espetáculo, o diretor contou que nem sempre encontrava o que estava esperando, ao receber as canções de Chico Buarque e Edu Lobo. "Às vezes eu contava com a canção para narrar a história, mas chegava um comentário sobre algo que já estava acontecendo, o que me obrigava a escrever outra cena. Ou então a música adiantava alguma coisa que eu ía contar na cena. É como se alguém escrevesse enquanto eu dormia", comentou.
O tom onírico que orienta a história, segundo Adriana, não impede o espetáculo de estar bem sintonizado com a realidade atual do país. "O texto tem uma certa crítica, no bom sentido, um comentário social. Fala da fama, da mídia, da revista Caras, tudo em torno do amor e do sonho. É uma história onde pode tudo", resume a autora.
"Cambaio é um espetáculo essencialmente brasileiro, com influências do mundo inteiro", afirmou o diretor, anteontem, em outro debate com o público paulista, no Teatro do Sesc Vila Mariana, que precedeu o encontro com Chico Buarque, Edu Lobo e Lenine. "Talvez seja uma ópera-pop", arriscou o encenador pernambucano, negando que tenha sofrido alguma influência direta dos musicais norte-americanos da Broadway. "Até cinco anos atrás, eu vivia em Pernambuco. Não tive acesso a musicais no teatro. Minha ligação com a música vem da rua, dos bois, do Carnaval", disse, ressaltando, no entanto, que não tem ligações mais profundas com o folclore. "Tenho uma formação bem urbana", afirmou.
Segundo o diretor, sua intenção durante a difícil tarefa de escolher o elenco foi, antes de tudo, formar uma companhia, independentemente da possível divisão dos papéis. "Eu chamaria pelo menos umas 80 pessoas das que participaram na última sessão de testes. Todas elas tinham um talento impressionante. O critério de escolha acabou sendo o de combinar pessoas, para criar uma diversidade e uma unidade de referências", justificou. Por essa razão, Falcão não diferencia atores e músicos no elenco. "Achei melhor conseguir músicos com disponibilidade de fazer também o trabalho de preparação de corpo. Eu queria uma galera pronta para qualquer coisa", diz.
Falando sobre o processo de criação do espetáculo, o diretor contou que nem sempre encontrava o que estava esperando, ao receber as canções de Chico Buarque e Edu Lobo. "Às vezes eu contava com a canção para narrar a história, mas chegava um comentário sobre algo que já estava acontecendo, o que me obrigava a escrever outra cena. Ou então a música adiantava alguma coisa que eu ía contar na cena. É como se alguém escrevesse enquanto eu dormia", comentou.
O tom onírico que orienta a história, segundo Adriana, não impede o espetáculo de estar bem sintonizado com a realidade atual do país. "O texto tem uma certa crítica, no bom sentido, um comentário social. Fala da fama, da mídia, da revista Caras, tudo em torno do amor e do sonho. É uma história onde pode tudo", resume a autora.
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