Um carnaval muito eclético para agitar o Recife
O festival Rec-beat traz o melhor do pop pernambucano contemporâneo e música eletrônica em meio à folia carnavalesca
Marco Antonio Barbosa
09/02/2002
O Carnaval pernambucano é lendário por sua animação e suas danças e ritmos típicos. Quando menos se suspeitava, acaba que o rock (e não só) também se tornou um ritmo típico da folia no Recife. Começa hoje a sétima edição do festival Rec-Beat, que desde 1995 congrega artistas de todas as latitudes pop, com evidente destaque para a rica cena local. Durante três dias (de 9 a 12 de fevereiro, bem em cima do Carnaval), a Rua da Moeda, no centro histórico da capital pernambucana, vira "o" pólo de cultura pop no Brasil. Em 2002 o evento congrega 32 artistas ao todo, incluindo boa parte da nova geração do manguebeat, e também nomes importantes do cenário eletrônico nacional - que ganhou uma tenda chamada Manguetown. Criado em Olinda, mas emigrado para o Recife desde 1999, o Rec-Beat espera conseguir um público de 20 mil pessoas por dia (contra as 15 mil/dia do ano passado), se esbaldando com muito som no meio da rua.
A abertura oficial é hoje (9), às 19h30, com Maciel Salú (PE), egresso do grupo Chão e Chinelo. Como seu grupo anterior, Salú investe na revitalização dos sons regionais pernambucanos. Em seguida vem o Balé Popular do Recife, que recria as danças típicas do Recife e o nu-metal dos paulistanos do 69 Centavos, misturando hip hop, rock industrial e música eletrônica. O Cabruêra (PB) vem de uma bem-sucedida temporada no Sudeste, promovendo seu bom disco homônimo (que joga experimentalismo na tradição); o rapper Xis mostra as canções de seu álbum Fortificando a Desobediência ; e fechando a noite, os heróis locais Devotos tocam seu punk rock arretado.
O som pesado dos locais Cobaias do Sisal abre a noite de domingo (10), antecedendo o Querosene Jacaré (PE). Eles ainda estão capitalizando a boa repercussão do álbum Fique Peixe , lançado ano passado, e que marcou a volta do grupo aos estúdios após quatro anos. Alessandra Beloni, vinda da Itália, é a primeira atração internacional deste ano. Seu som é uma incógnita que mescla música grega, turca, africana e espanhola. Em seguida vêm os Bluesmen, nova encarnação do grupo Nasi & Os Irmãos do Blues - que junta o vocalista do Ira! a uma turma de cobras instrumentais, para tocar blues. Pernambuco domina o fechamento, com o rap do Faces do Subúrbio e a inclassificável música de Otto.
O terceiro dia do evento (11) é rico em novidades. O Casa de Farinha (DF) trabalha a pesquisa de ritmos folclóricos, com ênfase na percussão. A veterana Cila (62 anos) comanda sua banda, cantando pérolas do cancioneiro pernambucano. Os cariocas do Hapax trafegam na zona entre a eletrônica e o industrial, lançando mão de percussão de sucata. Logo depois vem a cultuada Mônica Feijó, a "musa do manguebeat", com as canções de seu ótimo Aurora 5365 . A superbanda Reggae B (de Bi Ribeiro, com a participação de Nando Reis, dos Titãs) se segue, e o fechamento é com outro cult recifense: o DJ Dolores e a Orchestra Santa Massa.
O último dia (terça, 12) tem a abertura do tradicional Maracatu Piaba de Ouro (PE). Alpha Petulay, cantora africana, apresenta ao Brasil sua mistura de reggae, jazz, blues e raizes afro. Fernanda Porto, a "voz do drum'n'bass" (assim conhecida por suas colaborações com o DJ Patife) é a próxima; a seguir vêm os locais Para Mateus Poder Dançar, cruzando ritmos afro com a música pernambucana. O suingue do Trio Mocotó entra depois e o fechamento é com o Cordel do Fogo Encantado e sua performance catártica.
A porção eletrônica do festival, a Tenda Manguetown, vai ter desfiles de moda antes da performance dos DJs e funcionará todos os dias. Hoje apresentam-se o projeto Digital Groove (PE) e a DJ Lika Marques. No domingo os DJs são o pernambucano Renato L. e o brasileiro-novaiorquino Soul Slinger, fera do drum'n'bass que se apresentou no Abril Pro Rock de 1998. Os DJs Baiano e Andy tocam na segunda; no último dia do evento, há o "monstro" local Dolores, exercendo sua porção de discotecário, e o astro internacional do drum'n'bass DJ Patife.
A abertura oficial é hoje (9), às 19h30, com Maciel Salú (PE), egresso do grupo Chão e Chinelo. Como seu grupo anterior, Salú investe na revitalização dos sons regionais pernambucanos. Em seguida vem o Balé Popular do Recife, que recria as danças típicas do Recife e o nu-metal dos paulistanos do 69 Centavos, misturando hip hop, rock industrial e música eletrônica. O Cabruêra (PB) vem de uma bem-sucedida temporada no Sudeste, promovendo seu bom disco homônimo (que joga experimentalismo na tradição); o rapper Xis mostra as canções de seu álbum Fortificando a Desobediência ; e fechando a noite, os heróis locais Devotos tocam seu punk rock arretado.
O som pesado dos locais Cobaias do Sisal abre a noite de domingo (10), antecedendo o Querosene Jacaré (PE). Eles ainda estão capitalizando a boa repercussão do álbum Fique Peixe , lançado ano passado, e que marcou a volta do grupo aos estúdios após quatro anos. Alessandra Beloni, vinda da Itália, é a primeira atração internacional deste ano. Seu som é uma incógnita que mescla música grega, turca, africana e espanhola. Em seguida vêm os Bluesmen, nova encarnação do grupo Nasi & Os Irmãos do Blues - que junta o vocalista do Ira! a uma turma de cobras instrumentais, para tocar blues. Pernambuco domina o fechamento, com o rap do Faces do Subúrbio e a inclassificável música de Otto.
O terceiro dia do evento (11) é rico em novidades. O Casa de Farinha (DF) trabalha a pesquisa de ritmos folclóricos, com ênfase na percussão. A veterana Cila (62 anos) comanda sua banda, cantando pérolas do cancioneiro pernambucano. Os cariocas do Hapax trafegam na zona entre a eletrônica e o industrial, lançando mão de percussão de sucata. Logo depois vem a cultuada Mônica Feijó, a "musa do manguebeat", com as canções de seu ótimo Aurora 5365 . A superbanda Reggae B (de Bi Ribeiro, com a participação de Nando Reis, dos Titãs) se segue, e o fechamento é com outro cult recifense: o DJ Dolores e a Orchestra Santa Massa.
O último dia (terça, 12) tem a abertura do tradicional Maracatu Piaba de Ouro (PE). Alpha Petulay, cantora africana, apresenta ao Brasil sua mistura de reggae, jazz, blues e raizes afro. Fernanda Porto, a "voz do drum'n'bass" (assim conhecida por suas colaborações com o DJ Patife) é a próxima; a seguir vêm os locais Para Mateus Poder Dançar, cruzando ritmos afro com a música pernambucana. O suingue do Trio Mocotó entra depois e o fechamento é com o Cordel do Fogo Encantado e sua performance catártica.
A porção eletrônica do festival, a Tenda Manguetown, vai ter desfiles de moda antes da performance dos DJs e funcionará todos os dias. Hoje apresentam-se o projeto Digital Groove (PE) e a DJ Lika Marques. No domingo os DJs são o pernambucano Renato L. e o brasileiro-novaiorquino Soul Slinger, fera do drum'n'bass que se apresentou no Abril Pro Rock de 1998. Os DJs Baiano e Andy tocam na segunda; no último dia do evento, há o "monstro" local Dolores, exercendo sua porção de discotecário, e o astro internacional do drum'n'bass DJ Patife.