Uma festa para os 25 anos da Kuarup
Estrelas do elenco da gravadora se reúnem em série de shows que vai render disco ao vivo, em homenagem ao selo
Marco Antonio Barbosa e Mônica Loureiro
13/08/2002
Uma autêntica celebração da música nacional vai acontecer, amanhã (dia 14), no palco do Canecão (RJ). O show Cantoria Brasileira foi organizado para festejar os 25 anos da gravadora Kuarup. Elomar, Pena Branca, Renato Teixeira, Teca Calazans e Xangai fazem um encontro inédito, acompanhado pelos músicos Chico Lobo, Heraldo do Monte, Natan Marques, Oswaldinho do Acordeon e Paulo Sérgio Santos. O show também acontece em Poços de Caldas dia 18 e no Teatro da UFF, em Niterói, dia 25. Também em Niterói, entre os dias 15 e 25, estão programadas apresentações individuais de Elomar, Xangai e Quinteto da Paraíba, Cida Moreira, Antonio Adolfo, Monarco & Cristina Buarque & Henrique Cazes, Renato Teixeira, Sivuca & Oswaldinho e Pena Branca & Chico Lobo.
A festa marca o primeiro quarto de século de vida da gravadora mais intensamente ligada à música brasileira dita de "raiz". Esse conceito, hoje em dia, já foi ampliado e supera em muito a preocupação da Kuarup com sons sertanejos e/ou regionais. Mario de Aratanha, co-fundador e principal produtor, diz que foi a paixão pela música e, mais particulamente, por Villa-Lobos, que impulsionou o surgimento da gravadora. "Nos primeiros dez anos, trabalhamos com Villa-Lobos e chorinho. Aos poucos, fomos ampliando para a música de raiz nordestina, a cantoria e a caipira", conta. Criada em 1977, agora a Kuarup visa, nas palavras de Mario, "valorizar a cultura brasileira de raiz - seja ela original de salões de forró ou salas de concerto". Jazz brasileiro, música nordestina, o caipira tradicional, samba, a MPB "clássica" e várias vertentes da música instrumental estão no eclético cast da Kuarup.
O fundador do selo fala um pouco do momento da criação da Kuarup: "Naquela época, estava faltando alguém que se dedicasse mais integralmente a musica brasileira. Hoje tem (as gravadoras) Eldorado, Acari, Biscoito fino, Rob Digital, Velas. A Kuarup foi uma das pioneiras, surgindo um pouco no rastro do (músico e produtor) Marco Pereira, no movimento que iniciou com Antonio Adolfo. Dessa época, só se mantiveram mesmo dentro desse perfil a Eldorado e a Kuarup." Por falar em Antonio Adolfo, também faz parte da comemoração da gravadora o relançamento do clássico independente Feito em Casa, lançado no mesmo ano de 1977.
O sócio fundador de Aratanha na Kuarup, Airton Barbosa (do Quinteto Villa-Lobos), faleceu em . Hoje Mario de Aratanha conta com Janine Houard, socióloga francesa, como co-diretora do selo, produtora de discos e designer de várias capas de CDs do catálogo. Além de lançar discos por conta própria, a Kuarup distribui selos como o Biscoito Fino (de Olivia Hime), o Artezanal (de Antonio Adolfo) e o Arteviva (de Passoca). "Lançamos discos de artistas que não conhecíamos anteriormente, de artistas que trabalham conosco e em conjunto com outras gravadoras. A parceria direta com os artistas é fundamental", narra Mario.
Atualmente com 150 discos em catálogo, a gravadora prima por valorizar, preservar e manter disponível ao público o melhor da música brasileira de verdade. "Nossos critérios são a integridade cultural e a excelência artística. E se tiver o aspecto comercial, no bom sentido, é interessante também. Nossas escolhas são muito intuitivas, posso dizer que o catálogo é fruto da inspiração dos ouvidos e coração abertos", define Aratanha. O abismo em relação à abordagem mais comercial das grandes gravadora é patente. "O mercado é poluído pela música comercial, Tudo é muito pautado pelas influências internacionais - sem julgamento de valores, aqui. Mas ainda assim temos um panorama muito rico", diz o diretor da Kuarup.
A Kuarup raramente trabalha com artistas contratados - quase tudo é através de projetos individuais. "O Pena Branca foi nosso primeiro artista com contrato. Assim mesmo, o dia em que ele disser que tem uma proposta melhor, não vai haver problema algum em ser liberado", afirma. Pena Branca, aliás, foi responsável pelo momento de maior brilho internacional do selo - ao conquistar, ano passado, o Grammy Latino de álbum sertanejo, com Semente Caipira. Aratanha faz questão de ressaltar outra particularidade da gravadora: a venda direta. "Se a pessoa não encontrar na loja nosso disco, é só ir ao site (www.kuarup.com.br) e encomendar, que entregamos em qualquer parte do País, com frete grátis acima de três CDs", detalha.
A série de shows comemorativos dos 25 anos é, segundo Aratanha, a reunião de artistas que têm importância histórica dentro da gravadora. E é claro que o evento ganhará registro à altura: as apresentações vão se transformar, em breve, num CD ao vivo intitulado Cantoria Brasileira.
A festa marca o primeiro quarto de século de vida da gravadora mais intensamente ligada à música brasileira dita de "raiz". Esse conceito, hoje em dia, já foi ampliado e supera em muito a preocupação da Kuarup com sons sertanejos e/ou regionais. Mario de Aratanha, co-fundador e principal produtor, diz que foi a paixão pela música e, mais particulamente, por Villa-Lobos, que impulsionou o surgimento da gravadora. "Nos primeiros dez anos, trabalhamos com Villa-Lobos e chorinho. Aos poucos, fomos ampliando para a música de raiz nordestina, a cantoria e a caipira", conta. Criada em 1977, agora a Kuarup visa, nas palavras de Mario, "valorizar a cultura brasileira de raiz - seja ela original de salões de forró ou salas de concerto". Jazz brasileiro, música nordestina, o caipira tradicional, samba, a MPB "clássica" e várias vertentes da música instrumental estão no eclético cast da Kuarup.
O fundador do selo fala um pouco do momento da criação da Kuarup: "Naquela época, estava faltando alguém que se dedicasse mais integralmente a musica brasileira. Hoje tem (as gravadoras) Eldorado, Acari, Biscoito fino, Rob Digital, Velas. A Kuarup foi uma das pioneiras, surgindo um pouco no rastro do (músico e produtor) Marco Pereira, no movimento que iniciou com Antonio Adolfo. Dessa época, só se mantiveram mesmo dentro desse perfil a Eldorado e a Kuarup." Por falar em Antonio Adolfo, também faz parte da comemoração da gravadora o relançamento do clássico independente Feito em Casa, lançado no mesmo ano de 1977.
O sócio fundador de Aratanha na Kuarup, Airton Barbosa (do Quinteto Villa-Lobos), faleceu em . Hoje Mario de Aratanha conta com Janine Houard, socióloga francesa, como co-diretora do selo, produtora de discos e designer de várias capas de CDs do catálogo. Além de lançar discos por conta própria, a Kuarup distribui selos como o Biscoito Fino (de Olivia Hime), o Artezanal (de Antonio Adolfo) e o Arteviva (de Passoca). "Lançamos discos de artistas que não conhecíamos anteriormente, de artistas que trabalham conosco e em conjunto com outras gravadoras. A parceria direta com os artistas é fundamental", narra Mario.
Atualmente com 150 discos em catálogo, a gravadora prima por valorizar, preservar e manter disponível ao público o melhor da música brasileira de verdade. "Nossos critérios são a integridade cultural e a excelência artística. E se tiver o aspecto comercial, no bom sentido, é interessante também. Nossas escolhas são muito intuitivas, posso dizer que o catálogo é fruto da inspiração dos ouvidos e coração abertos", define Aratanha. O abismo em relação à abordagem mais comercial das grandes gravadora é patente. "O mercado é poluído pela música comercial, Tudo é muito pautado pelas influências internacionais - sem julgamento de valores, aqui. Mas ainda assim temos um panorama muito rico", diz o diretor da Kuarup.
A Kuarup raramente trabalha com artistas contratados - quase tudo é através de projetos individuais. "O Pena Branca foi nosso primeiro artista com contrato. Assim mesmo, o dia em que ele disser que tem uma proposta melhor, não vai haver problema algum em ser liberado", afirma. Pena Branca, aliás, foi responsável pelo momento de maior brilho internacional do selo - ao conquistar, ano passado, o Grammy Latino de álbum sertanejo, com Semente Caipira. Aratanha faz questão de ressaltar outra particularidade da gravadora: a venda direta. "Se a pessoa não encontrar na loja nosso disco, é só ir ao site (www.kuarup.com.br) e encomendar, que entregamos em qualquer parte do País, com frete grátis acima de três CDs", detalha.
A série de shows comemorativos dos 25 anos é, segundo Aratanha, a reunião de artistas que têm importância histórica dentro da gravadora. E é claro que o evento ganhará registro à altura: as apresentações vão se transformar, em breve, num CD ao vivo intitulado Cantoria Brasileira.