Universal será da Vivendi-Seagram

A aquisição da Seagram pela francesa Vivendi inicia uma versão européia da AOL/Time-Warner, igualmente capaz de ocupar novos espaços para a distribuição de música

Vicente Tardin
21/06/2000
Depois de meses estruturando uma fusão, a Seagram e o grupo francês Vivendi anunciaram à imprensa esta semana que pretendem distribuir entretenimento e música usando a Internet, a TV a cabo e redes sem fio. A nova empresa, Vivendi Universal, estará focada inicialmente na audiência européia.

A Vivendi é uma empresa curiosa. Metade quase de seu faturamento vem de tratamento de água, construção e gerenciamento de lixo, mas é forte também em telecomunicações e TV por assinatura. Já a Seagram fatura com música, filmes, parques temáticos e a fábrica de bebidas. A aquisição da Seagram foi acertada por US$ 34 bilhões e mais US$ 7 bilhões em dívidas, envolvendo troca de ações do Canal Plus na negociação.

A Vivendi Universal será poderosa, com faturamento conjunto de US$ 55 bilhões, presença global, forte catálogo de música, filmes e programas de TV, além de milhões de assinantes de TV a cabo e via satélite, fora algumas atividades de comércio eletrônico. O Universal Music Group é a maior gravadora do mundo e a Universal Studios também é forte na produção de filmes.

Vivendi, Seagram e Canal Plus juntas, em sociedade com a Vodafone, planejam desenvolver um portal, já lançado com o nome de Vizzavi, para atender 80 milhões de usuários de telefone celular e assinantes de TV. Pretendem o mais imediatamente possível levar ao público europeu o acesso a filmes e música por distribuição digital.

O mercado sem fio é bem mais avançado na Europa do que nos Estados Unidos e no Brasil e proporciona perspectivas de negócios para os próximos anos. A estrutura para possibilitar este cenário está sendo erguida e vai custar caro, mas é para onde a empresa se encaminha. Um exemplo é o Japão, onde à Internet através de celulares é uma realidade.

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