Venda de CDs usados pode ser negócio

Nos EUA empresas estão tentando usar a internet para movimentar o comércio de segunda-mão. Parece que vão conseguir

Paulo Rebêlo
20/10/2000
O comércio de usados existe desde sempre. Quem nunca comprou um disco usado nos sebos de centro da cidade? Agora recursos e facilidades proporcionados pela internet estão revitalizando a venda de usados nos Estados Unidos.

Os sites do ramo vendem títulos em CD, DVD e VHS, às vezes até por menos da metade do preço original e entregam em casa.

Alguns sites cresceram de forma gritante nos últimos meses, como é o caso do Djangos, do Spun, do Switchhouse e do Half, este último com resultados ainda melhores.

Em conseqüência do aquecimento, lojas independentes começam a reservar uma parte de seus estoques para CDs e DVDs usados, visando garantir espaço no segmento em ascensão. A venda de usados com o controle de estoque e distribuição baseados em internet pode ser uma oportunidade para empresas novatas e aventureiras.

Tradicionalmente o ramo de usados é secundário e não possui muitos dados e estatísticas concretas, já que não são monitorados de perto por analistas de mercado. Mesmo assim, de acordo com a National Association of Recording Merchandisers, as vendas de CDs usados movimentaram US$ 232 milhões em 1998 e US$ 254 milhões em 1999 nos Estados Unidos.

Estimativas apontam um movimento de pelo menos US$ 1 bilhão a partir deste ano, considerando que a divulgação cresce e os consumidores passam a efetuar suas compras à distância.

Como funciona

O Half.com faz parte do aglomerado de empreendimentos do Ebay, o maior e mais conhecido site de leilão pela internet. Quem vende um CD usado fica responsável pelo custo do envio e a empresa fatura 15% em comissão. Atualmente são vendidos também livros e videogames. Segundo a Media Matrix, o Half.com é o segundo colocado no ranking dos sites iniciantes mais acessados durante o primeiro semestre deste ano.

O Spun trabalha diferente. Em vez de as pessoas venderem seus objetos usados, a própria empresa compra a mercadoria delas e concede crédito para que levem outros produtos, usados ou novos, disponíveis no site.

O Switchhouse permite que os consumidores negociem entre si. Logo, apresenta-se mais como um canal de troca e compra. Entre as transações, também há computadores e periféricos. Se for realizada uma troca, a empresa cobra uma taxa; se for uma venda, leva 10% de comissão.

No Brasil, o mercado de venda de usados pela internet é explorado por sites de leilão, mas ainda sem a organização que está impulsionando este mercado nos Estados Unidos.

Paulo Rebêlo é editor da revista Plural Web