Wagner Tiso na corda bamba entre o popular e o erudito
Músico lança Cenas Brasileiras, disco orquestrado no qual recria obras de Villa-Lobos e Tom Jobim
Marco Antonio Barbosa e Mônica Loureiro
29/03/2003
Algumas "cenas" foram mudadas até se chegar ao novo CD de Wagner Tiso. Lançado pelo selo Biscoito Fino, Cenas Brasileiras reúne três peças gravadas em dois concertos (um em maio de 2001 e outro em abril de 2002). Neles, a Orquestra Petrobras Pró Música, sob regência de Roberto Tibiriçá, acompanhou o maestro, músico, compositor e arranjador.
"Originalmente o disco não era esse. O concerto inicial foi gravado com a minha peça (Cenas Brasileiras), Eu Sei que Vou Te Amar - que foi um pedido do Roberto Tibiriçá - e obras de Gershwin, como Rhapsody in Blue. Quando a Biscoito Fino se interessou em lançar o CD, pensamos em fazê-lo apenas com um repertório brasileiro", revela Wagner.
Além da suíte composta por Tiso e da canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, foi incluída no CD Choros 6", de Heitor Villa-Lobos. "É um versão que inclusive não tem minha participação. É uma peça que nunca havia sido gravada", destaca. Cenas Brasileiras é o segundo trabalho de Wagner lançado pela Biscoito - ano passado, foi o Memorial, dividido com Zé Renato.
"Com eles não há contrato, apenas licenciamos o disco", explica. E lembra que, antigamente, seus discos alcançavam a média de 30 mil cópias vendidas. "Mas a coisa foi minguando... Aí aconteceu um fato curioso com o disco Tom Jobim & Villa-Lobos, que gravei com a Rio Cello Ensemble. Foi lançado nas bancas de jornal em 2000 e vendeu 19 mil cópias. Engraçado que foi um outro público, que nunca me comprava! Mas é uma forma em que o disco acaba meio perdido, porque fica exposto só por algumas semanas e depois não está mais disponível. Agora estou pensando em relançá-lo", avisa.
Falando em Rio Cello Ensemble, o grupo deve ser convidado para fechar uma trilogia com Wagner - além do Tom Jobim & Villa-Lobos, eles gravaram o Debussy & Fauré Encontram Milton & Tiso com o músico. "Agora vai ser um encontro entre jazz e samba. Estou pensando em tocar com uma banda mais rítmica, mas talvez seja com o próprio Cello", diz.
Caminhando na corda tênue entre o erudito e o popular
"Sempre adorei o erudito e ao mesmo tempo sempre vivi da música popular. Isso me divide ao meio, então trabalho na fronteira. Mas sempre que puder, vou colocar uma pitada erudita em minhas composições e arranjos", confessa -, Wagner não pára com seus projetos musicais, como o Lendas Brasileiras, com participação de Chico Buarque, Zé Ramalho, Gilberto Gil entre outros, e o Minas Dá Samba. "Existem muitos sambistas em Minas! Sempre trabalhei na noite do Rio e, desde que cheguei aqui, há 40 anos, ia ouvindo os sambas e descobria que os autores eram mineiros".
Wagner só deu um tempo mesmo em seus trabalhos como arranjador. "Fiz muitos arranjos nos anos 70, quando os discos pertenciam aos artistas. Aí o mercado começou a me desagradar, ficavam pedindo arranjos de determinadas formas... Então passei a pensar em meus projetos, a estudar mais. Mas é claro que não deixo de fazer para pessoas especiais, fiz para Gal, Nana... e sempre estarei à disposição do Milton, por exemplo", justifica.
"Originalmente o disco não era esse. O concerto inicial foi gravado com a minha peça (Cenas Brasileiras), Eu Sei que Vou Te Amar - que foi um pedido do Roberto Tibiriçá - e obras de Gershwin, como Rhapsody in Blue. Quando a Biscoito Fino se interessou em lançar o CD, pensamos em fazê-lo apenas com um repertório brasileiro", revela Wagner.
Além da suíte composta por Tiso e da canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, foi incluída no CD Choros 6", de Heitor Villa-Lobos. "É um versão que inclusive não tem minha participação. É uma peça que nunca havia sido gravada", destaca. Cenas Brasileiras é o segundo trabalho de Wagner lançado pela Biscoito - ano passado, foi o Memorial, dividido com Zé Renato.
"Com eles não há contrato, apenas licenciamos o disco", explica. E lembra que, antigamente, seus discos alcançavam a média de 30 mil cópias vendidas. "Mas a coisa foi minguando... Aí aconteceu um fato curioso com o disco Tom Jobim & Villa-Lobos, que gravei com a Rio Cello Ensemble. Foi lançado nas bancas de jornal em 2000 e vendeu 19 mil cópias. Engraçado que foi um outro público, que nunca me comprava! Mas é uma forma em que o disco acaba meio perdido, porque fica exposto só por algumas semanas e depois não está mais disponível. Agora estou pensando em relançá-lo", avisa.
Falando em Rio Cello Ensemble, o grupo deve ser convidado para fechar uma trilogia com Wagner - além do Tom Jobim & Villa-Lobos, eles gravaram o Debussy & Fauré Encontram Milton & Tiso com o músico. "Agora vai ser um encontro entre jazz e samba. Estou pensando em tocar com uma banda mais rítmica, mas talvez seja com o próprio Cello", diz.
Caminhando na corda tênue entre o erudito e o popular
"Sempre adorei o erudito e ao mesmo tempo sempre vivi da música popular. Isso me divide ao meio, então trabalho na fronteira. Mas sempre que puder, vou colocar uma pitada erudita em minhas composições e arranjos", confessa -, Wagner não pára com seus projetos musicais, como o Lendas Brasileiras, com participação de Chico Buarque, Zé Ramalho, Gilberto Gil entre outros, e o Minas Dá Samba. "Existem muitos sambistas em Minas! Sempre trabalhei na noite do Rio e, desde que cheguei aqui, há 40 anos, ia ouvindo os sambas e descobria que os autores eram mineiros".
Wagner só deu um tempo mesmo em seus trabalhos como arranjador. "Fiz muitos arranjos nos anos 70, quando os discos pertenciam aos artistas. Aí o mercado começou a me desagradar, ficavam pedindo arranjos de determinadas formas... Então passei a pensar em meus projetos, a estudar mais. Mas é claro que não deixo de fazer para pessoas especiais, fiz para Gal, Nana... e sempre estarei à disposição do Milton, por exemplo", justifica.