Winamp será rival do Windows Media Player

AOL usa o MP3 player como base de um sistema que evita cópias não autorizadas e recolhe pagamento de royalties. É a vez dos grandões.

Vicente Tardin
03/07/2000
Na semana passada a America Online, maior provedor de acesso nos Estados Unidos, anunciou que vai adotar um padrão técnico para a venda de música e vídeo. A America Online tem à sua disposição todo o conteúdo oferecido pelas gravadoras Warner Music Group e EMI e pelo estúdio Warner Bros., devido a acordos prévios de fusão.

A tecnologia a ser usada é da empresa InterTrust e gerencia os direitos de autoria em cada arquivo de música. Se um fã passa adiante para uma amigo uma música protegida pela InterTrust, este amigo estará sujeito às mesmas restrições de quem fez o download inicial. A InterTrust já tem acordos com a Universal Music Group e a BMG.

Um plug-in da InterTrust começa a ser distribuído para ser adicionado ao Winamp, conhecido player de música digital, com 25 milhões de usuários registrados. O Winamp foi adquirido recentemente pela AOL e recebe mais de 100.000 downloads por dia. O software da InterTRust vai fazer parte do CD de instalação da versão 6.0 da AOL.

Com o acréscimo de característica de gerenciamento de direitos, o Winamp vai ser rival do o Windows Media Player, da Microsoft. A AOL já compete diretamente com a Microsoft em muitos campos.

De cada venda efetuada, 1 por cento vai ser recolhido. Mas nem tudo deverá ser cobrado. A música também pode ser de graça, em troca de informação preciosa que identifica o tipo de usuário que faz downloads e dá às gravadoras dados sobre seus consumidores.

Ao dotar o Winamp de tecnologia que gerencia direitos de autoria, a America Online abre inúmeras possibilidades de comércio, envolvendo a obra de artistas de grandes gravadoras e também filmes e vídeos conhecidos. Poderá vender downloads, alugar, ou cobrar uma assinatura mensal, facilmente acrescida à conta de seus 23 milhões de assinantes.

Poderá também transformar os fãs em distribuidores de conteúdo, através de incentivos e prêmios. O fã de determinado artista pode pagar para baixar uma música e ter o direito de mandar amostras para os amigos. Se alguns deles também comprarem, o primeiro ganha ingressos de shows e assim a pirâmide vai.

Outra possibilidade, o que seria uma ironia, é a criação de um sistema de distribuição para competir com o Napster, de certa forma. Em vez de trocar MP3s, o usuário poderia fazer o download de música para ouvir de graça apenas uma ou duas vezes. Se gostar, é só pagar pelo arquivo que já recebeu. Está chegando a vez dos grandões.

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