Catullo da Paixão Cearense 08/10/1863 10/05/1946
Maranhense de São Luís, morou dos 10 aos 17 anos no Ceará, e mais tarde no Rio de Janeiro, onde desenvolveu sua bem-sucedida carreira artística. Flautista, cantor, violonista e poeta, cedo começou a despertar a atenção com seus versos, sua voz e seu violão nas rodas de seresta e modinha que freqüentava. Era amigo de Anacleto de Medeiros, Joaquim Callado e do cantor Cadete. Catullo foi um nome importante na inserção do violão — visto até então como instrumento de "malandros" e "vagabundos" — nos salões da sociedade carioca e nos conservatórios de música. Dois eventos são apontados como marcos nesse processo de aceitação do violão: em 1908 Catullo apresentou-se no Instituto Nacional de Música, a convite do maestro Alberto Nepomuceno, e em 1914 no Palácio do Catete, a convite da então primeira-dama Nair de Tefé. Teve composições gravadas pela Casa Edison, primeira gravadora a se instalar no país, como "Talento e Formosura", parceria sua com Edmundo Ferreira registrada em acetato pelo cantor Mário Pinheiro em 1906. Sua composição mais famosa, "Luar do Sertão" (1910), tem até hoje autoria discutida, atribuída ao violonista João Pernambuco, que teria se inspirado num tema do folclore.Catullo colocou letra ainda em outros temas musicais alheios (não raro assinando a autoria completa ou trocando o título original), como "Flor Amorosa" (polca de Joaquim Callado) e "Ontem ao Luar", que no original de Pedro de Alcântar chamava-se "Choro e Poesia". Catullo foi gravado por diversos cantores de renome, como Orlando Silva, Vicente Celestino, Paulo Tapajós, mas morreu pobre, em uma casa de subúrbio no Rio.
Discografia
Tributos