Hekel Tavares 16/09/1896 08/08/1969
Nascido no interior de Alagoas (Satuba) e criado em Maceió, começou ainda criança a se interessar pela música dos cantadores de desafios, reisados e congadas. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1920, onde estudou teoria musical e trabalhou como pianista de teatro e muscais de revista. Ainda na década de 20 conheceu o sucesso com "Casa de Caboclo", parceria com Luís Peixoto, gravada por Gastão Formenti em 1928. Transitando entre o erudito e o popular, muitas de suas músicas fazem referência a elementos do folclore brasileiro, incluindo toadas, maracatus e cocos. Mesmo em sua obra sinfônica e camerística clássica, buscou mesclar suas raízes nordestinas à tradição européia. Uma de suas peças de maior prestígio é o "Concerto para Piano e Orquestra em Formas Brasileiras", de 1941, que conta dezenas de gravações. De 1949 a 1953 percorreu o Brasil recolhendo material de estudo folclórico em manifestações de música regionais. Desse trabalho resultaram êxitos como "Engenho Novo", "Bia-tá-tá" e "Humaitá". Esses elementos seriam posteriormente utilizados também em suas peças sinfônicas. Suas numerosas canções, que lhe valheram o título de "o Schubert brasileiro" pela excelência melódica, transformaram-se em clássicos atemporais, como "Favela" (com Jaracy Camargo), "Funeral de um Rei Nagô" e "Suçuarana" (com Luiz Peixoto). Algumas foram regravadas recentemente por Fafá de Belém ("Leilão", com Joracy Camargo) e João Gilberto ("Guacyra", com o mesmo parceiro). O cantor Fagner foi acusado de utilizar a canção "Você" (de Hekel Tavares e Nair Mesquita) com o título "Penas do Tiê" em seu disco "Manera Fru-fru Manera" (1973), alegando ser uma canção recolhida de domínio público.