Luiz Peixoto 02/02/1889 14/11/1973
Nascido em Niterói (RJ), já aos 15 anos decidiu seguir a carreira artística. Foi caricaturista, cenógrafo, teatrólogo, diretor de teatro, pintor, escultor, poeta e um dos mais bem-sucedidos letristas da música popular brasileira das década de 30 e 40. Suas charges figuraram entre os mais famosos periódicos da Primeira República, como O Malho, a Revista da Semana, Fon-Fon, A Avenida e Tan-Tan. Mais tarde, trabalhou no Jornal do Brasil, em A Nação e outras revistas. Seus cenários decoravam o Theatro Municipal e a avenida Rio Branco nos desfiles de carnaval do início do século. O sucesso pra valer começou em 1911, quando escreveu ao lado de Carlos Bittencourt o musical de revista "Forrobodó", musicado por Chiquinha Gonzaga, que fez muito sucesso e atingiu a marca de 1.500 apresentações. No início da década de 20 esteve em Paris, onde trabalhou com cenografia e trouxe novas técnicas ao Brasil. Escreveu mais de cem peças teatrais. Na música, teve entre seus parceiros Ary Barroso ("Maria", "Por Causa Dessa Cabocla", "Na Batucada da Vida"), Hekel Tavares ("Casa de Caboclo", "Azulão", "Sussuarana"), Henrique Vogeler ("Linda Flor (Ai, Ioiô)", grande sucesso gravado pela estrela Araci Côrtes em 1929) e Custódio Mesquita ("Casa de Sopapo"). Outro grande êxito foi a letra que fez para música de Vicente Paiva por ocasião da volta de Carmen Miranda ao Brasil depois da primeira temporada em Hollywood. "Disseram que Eu Voltei Americanizada" foi a resposta da Pequena Notável para a platéia do Cassino da Urca, que a recebeu com frieza. Luiz Peixoto foi, inclusive, diretor artístico do Cassino da Urca na década de 40, quando a casa noturna desfrutava do auge de seu prestígio. Em 1967 Peixoto sofreu um acidente que o fez ficar de cama. Foi então que voltou a pintar, e seus quadros — que têm freqüentemente como tema motivos carnavalescos — figuraram em exposições. Em 1964, por insistência dos amigos, seu primeiro e único livro de poesias, "Poesia de Luiz Peixoto".