COMIGO
Rita Ribeiro (2001)
2001
MZA Music
2405001-2
Crítica
Cotação:
Rita Ribeiro atinge o terceiro CD dando mais um passo em busca de seu idioma musical próprio. Ela equilibra-se bem entre a raiz (suas origens maranhenses) e seus frutos (procurando formatos mais pop e alinhados com a nova MPB), num sincretismo que alterna momentos suaves com outros mais percussivos. Se Comigo não apresenta a rigor muita novidade em relação aos discos anteriores da cantora, repete os méritos antigos - como a investida preferencial em compositores novos, como o paraibano José Linhares, o maranhense César Teixeira e o mineiro Vander Lee - e configura-se como um trabalho digno e agradável. Sem o afã da experimentação tresloucada nem excessivamente derivativa, Rita sai-se bem com sua voz marcante e seus arranjos bem cuidados. Mais do que apenas uma versão feminina de Chico César (ainda que a afinidade exista), a cantora tem seu próprio léxico, num ponto entre o cosmopolita e o tradicional.
A cantora sai-se bem nas várias canções mais rítmicas do disco, movidas à base do sacolejo. Em faixas como Nego Forro ou Você Está Sumindo (pérola ancestral de Geraldo Pereira) ela refoga forró e samba de forma sutil e pessoal. Assim como na agradável Parangolé, com arranjo e melodia bastante malemolentes. Outra boa surpresa neste campo é O Conforto dos Teus Braços, e também a versão de Caramba... Galileu da Galiléia de Jorge Ben (mas também aí já é covardia). Há trechos mais introspectivos e líricos, porém. Uma Noite Sem Você é o melhor deles, bela melodia da "descoberta" José Linhares. Igualmente delicada é Não Tenho Tempo, valorizada pelo arranjo rico, com cordas e um bem colocado sax. Na hora de soar mais pop, Rita parece um tanto menos espontânea - um exemplo é a aguada Essa Dona. O quase-reggae A Riqueza e a bela Contra o Tempo compensam os pequenos pecados.(Marco Antonio Barbosa)
A cantora sai-se bem nas várias canções mais rítmicas do disco, movidas à base do sacolejo. Em faixas como Nego Forro ou Você Está Sumindo (pérola ancestral de Geraldo Pereira) ela refoga forró e samba de forma sutil e pessoal. Assim como na agradável Parangolé, com arranjo e melodia bastante malemolentes. Outra boa surpresa neste campo é O Conforto dos Teus Braços, e também a versão de Caramba... Galileu da Galiléia de Jorge Ben (mas também aí já é covardia). Há trechos mais introspectivos e líricos, porém. Uma Noite Sem Você é o melhor deles, bela melodia da "descoberta" José Linhares. Igualmente delicada é Não Tenho Tempo, valorizada pelo arranjo rico, com cordas e um bem colocado sax. Na hora de soar mais pop, Rita parece um tanto menos espontânea - um exemplo é a aguada Essa Dona. O quase-reggae A Riqueza e a bela Contra o Tempo compensam os pequenos pecados.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas