MAIS COISAS DO BRASIL
Leila Pinheiro (2001)
Crítica
Cotação:
Irrelevância, teu nome é medo de arriscar. Leila Pinheiro voltou para a Universal, gravadora da qual tinha saído "porque não dava espaço para seus projetos pessoais", e para começar com os dois pés esquerdos lança Mais Coisas do Brasil, um disco ao vivo (oh!) repleto de canções já bastante conhecidas (ah!) - e que vem acompanhado do inevitável DVD. Leila então aterrissa de cabeça no mesmo terreno palmeado por Gal Costa em seu recente De Tantos Amores: o do conservadorismo ao extremo. Essa opção reduz os muitos méritos do disco (a boa forma vocal da cantora, o repertório bem escolhido, os arranjos sutis e discretamente ousados) a um trabalho anódino, que dá a impressão de ter sido feito só para agradar.
O que há mais notável em Mais Coisas do Brasil são as tentativas que Leila faz de subverter algumas das canções, com resultados às vezes interessantes. O tom levemente blueseiro de Um Dia, um Adeus cai bem, assim como em Nem às Paredes Confesso - o fado ancestral - Leila escapa por um triz da bizarria e sai-se ilesa, transformando a lusitanidade original em um samba elegante. Fãs puristas da Legião Urbana podem horrorizar-se com a nova versão de Monte Castelo, tingida de gospel, com o apoio do quarteto vocal 4Manos. Mas deu um colorido especial ao álbum. Também nas músicas transformadas em sua marca registrada, Leila sobressai-se. Besame, Verde (em versão mais suingada, cheia de metais) e Catavento e Girassol ficaram boas, doces agrados aos fãs fiéis.
A redundância domina o álbum, no entanto. Seja na regravação de Feliz - incluída apenas porque faz sucesso na atual novela das oito, numa versão que nada acrescenta -, seja na inclusão das mais do que manjadas Quando o Amor Acontece, Todo Azul do Mar e Andar com Fé, Leila patina no óbvio. Ao arriscar uma ou outra recriação mais escondida, também não injeta vitalidade aos originais (Tudo Bem, Você em Minha Vida). E aí não há competência técnica que dê jeito, se falta vigor ao conjunto da obra (impressão reforçada pelo andamento meio arrastado de quase todas as músicas). OK, Leila, essa foi só para esquentar as turbinas. Esperemos o próximo.(Marco Antonio Barbosa)
O que há mais notável em Mais Coisas do Brasil são as tentativas que Leila faz de subverter algumas das canções, com resultados às vezes interessantes. O tom levemente blueseiro de Um Dia, um Adeus cai bem, assim como em Nem às Paredes Confesso - o fado ancestral - Leila escapa por um triz da bizarria e sai-se ilesa, transformando a lusitanidade original em um samba elegante. Fãs puristas da Legião Urbana podem horrorizar-se com a nova versão de Monte Castelo, tingida de gospel, com o apoio do quarteto vocal 4Manos. Mas deu um colorido especial ao álbum. Também nas músicas transformadas em sua marca registrada, Leila sobressai-se. Besame, Verde (em versão mais suingada, cheia de metais) e Catavento e Girassol ficaram boas, doces agrados aos fãs fiéis.
A redundância domina o álbum, no entanto. Seja na regravação de Feliz - incluída apenas porque faz sucesso na atual novela das oito, numa versão que nada acrescenta -, seja na inclusão das mais do que manjadas Quando o Amor Acontece, Todo Azul do Mar e Andar com Fé, Leila patina no óbvio. Ao arriscar uma ou outra recriação mais escondida, também não injeta vitalidade aos originais (Tudo Bem, Você em Minha Vida). E aí não há competência técnica que dê jeito, se falta vigor ao conjunto da obra (impressão reforçada pelo andamento meio arrastado de quase todas as músicas). OK, Leila, essa foi só para esquentar as turbinas. Esperemos o próximo.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas