MINHA ARTE
Sueli Costa (2000)
2000
Independente
s/n
Crítica
Cotação:
Compositora de refinado trato harmônico e melódico, Sueli Costa ficou 16 anos fora dos estúdios. Volta com sua voz comovedora entre o abandono e o destêrro emocional acompanhada por um pequeno e seleto grupo de músicos liderados pelo violonista Jaime Além. Poliglota em estilos, Sueli tanto pode expressar-se num lento samba seresteiro (Violão, letra de Paulo Cesar Pinheiro), quanto num blues estilhaçado (Nuvens e Cetim, com Abel Silva) ou numa toada rural (Dona Doninha) com Cacaso, o mesmo poeta da inédita Senhora de Si, esta num embalo de samba choro. Apesar de cuidar basicamente da parte musical, sempre em parcerias poéticas, Sueli parece impregnar os versos alheios com seu pathos de lirismo farpado. Algumas jóias desse disco: "eu sou pequena/ apenas cresço se me conduz/ a toda parte, a minha arte" (Minha Arte, Ana Terra). "Sem avisar/ o teu sorriso transbordou/ meu mundo e agora eu sou/ o que não tem lugar" (Nuvens e Cetim, Abel Silva). "Não venho de lugar algum/ especialmente/ pois já passei por todos os lugares" (Todos os Lugares, Tite de Lemos). "Flor sem perfume/ flor de quem me queira/ jardim de ciúme" (Jardim, Capinam). Cultuada no circuito musical, nem por isso Sueli é uma autora miúra. Quando executam suas composições (algo que independe de qualidade ou possibilidade comercial), ela também cai na boca do povo como aconteceu através das vozes de Simone (Alma) , Fagner (Canção Brasileira), Maria Bethânia (Todos os Lugares) e Fátima Guedes (Violão), para ficar só nas faixas deste disco. O instrumento de sua arte é o coração aberto à visitação pública. Sensibilizem-se.
(O CD pode ser adquirido pelo e-mail minhaarte@ig.com.br) (Tárik de Souza)
(O CD pode ser adquirido pelo e-mail minhaarte@ig.com.br) (Tárik de Souza)
Faixas