SIMPLES SAUDADE
Gonzaguinha (2001)
Crítica
Cotação:
Autor dos mais aclamados - e regravados - da MPB nos últimos vinte e tantos anos, Gonzaguinha foi-se em um acidente de carro há dez anos. Agora, a gravadora BMG coloca nas lojas esta coletânea que reúne algumas de suas mais famosas criações, nas vozes de intérpretes de estilos bem díspares: tem do vozeirão vigoroso de Altemar Dutra ao pop temporão dos Incríveis, sem deixar de fora o próprio homenageado (fechando o álbum com Explode Coração). Trata-se de um disco que fica entre o oportuno e o oportunista, visto que nenhuma das faixas é inédita e poucas podem ser chamadas de raridades. Mas não custa dar algum crédito à gravadora, nem que seja por seu mérito óbvio - reunir um punhado das melhores composições do filho de Gonzagão, em interpretações quase sempre muito boas.
De qualquer maneira, o disco evita as versões mais conhecidas de cada uma das músicas. Assim, É não vem na voz de seu autor, e sim na de Cláudia (preservando o tom de sambão da original); Ângela Maria divide com Cauby Peixoto Começaria Tudo Outra Vez, num bolero ultra-kitsch gravado ao vivo; e Zizi Possi dá tons quase eruditos a O Que É o Que É. De modo curioso, os Incríveis pegam emprestado das Frenéticas O Preto que Satisfaz e recriam a música de modo (involuntariamente?) hilário; já a bela Morro de Saudade, esquecida por muitos, vem na gravação original de Gal Costa, que lançou a canção em 1985. No setor "laços de família", as duas outras gerações dos Gonzaga dizem presente. O pai Luiz interpreta Pense N'eu, junto com o próprio Gonzaguinha, e o filho Daniel faz de From United States of Piaui um forró em câmera lenta, evidenciando a semelhança vocal entre ele e o falecido pai. Um curioso songbook informal, que ajuda a manter um pouco mais viva a obra do talentoso compositor. (Marco Antonio Barbosa)
De qualquer maneira, o disco evita as versões mais conhecidas de cada uma das músicas. Assim, É não vem na voz de seu autor, e sim na de Cláudia (preservando o tom de sambão da original); Ângela Maria divide com Cauby Peixoto Começaria Tudo Outra Vez, num bolero ultra-kitsch gravado ao vivo; e Zizi Possi dá tons quase eruditos a O Que É o Que É. De modo curioso, os Incríveis pegam emprestado das Frenéticas O Preto que Satisfaz e recriam a música de modo (involuntariamente?) hilário; já a bela Morro de Saudade, esquecida por muitos, vem na gravação original de Gal Costa, que lançou a canção em 1985. No setor "laços de família", as duas outras gerações dos Gonzaga dizem presente. O pai Luiz interpreta Pense N'eu, junto com o próprio Gonzaguinha, e o filho Daniel faz de From United States of Piaui um forró em câmera lenta, evidenciando a semelhança vocal entre ele e o falecido pai. Um curioso songbook informal, que ajuda a manter um pouco mais viva a obra do talentoso compositor. (Marco Antonio Barbosa)
Faixas
Sangrando (Gonzaga Jr.)