3º COMPASSO - SAMBA & CHORO
Vários Intérpretes / Francis Hime / Trio Madeira Brasil / Garganta Profunda / Yamandú Costa (2002)
2002
Biscoito Fino
BF 511
Crítica
Cotação:
O projeto que dá nome ao CD - o terceiro volume de uma série - é, sem trocadilho, biscoito fino: reuniões semanais de grandes (não necessariamente famosas) figuras da MPB, em torno de, ora, sambas e choros. Tudo isso no Paço Imperial, Rio de Janeiro. E tudo isso devidamente gravado para virar CD, via Biscoito Fino/Kuarup. Este terceiro álbum da série talvez seja o melhor de todos até agora, centrado basicamente na novíssima geração de revisionistas da MPB de classe - Yamandú Costa, Caio Márcio, Trio Madeira Brasil, a dupla Marianna Leporace & Sheila Zagury - com a benção de Francis Hime, veterano que se afilia com gosto à empolgação e ao virtuosismo dos envolvidos no projeto.
O grande brilho fica por conta dos momentos instrumentais. Vôos musicais tão complexos quanto fluidos podem ser ouvidos nas interpretações do jovem Caio Márcio, que debulha o violão na abertura (destaque para as impressionantes filigranas que adornam a versão de Lamentos do Morro, de Garoto). Ou nas duas intervenções do Madeira Brasil, caprichando no chorinho (Aguenta Seu Fugêncio) ou dando cor nova a 1 X 0, de Pixinguinha, no entrelaçar de bandolim e violões. Estrategicamente colocado após os citados, vem Yamandú - destroçando em Chovendo na Roseira, abusando de dedilhados velocíssimos e inesperados harmônicos, tudo isso sem perder a linha melódica de Jobim. As músicas com vocal soam menos acachapantes, ainda que em nada quebrem o clima de excelência do CD. Marianna e Sheila, especialistas em recriar a parceria Edu Lobo/Chico Buarque, injetam ar jazzistico no samba de Nego Maluco e apelam à simplicidade em Beatriz. Os sempre confiáveis cantores do Garganta Profunda retrabalham três momentos bem distintos do samba, acompanhados de instrumentação minimal: os primórdios de Lata D'água, a bossa de O Pato e a delicadeza de Caetano Veloso (em Desde que o Samba É Samba). Tudo com seu habitual suingue e irreverência (válida especialmente em O Pato). Francis Hime conjuga elegância e emoção entoando três números, contando com o auxílio luxuoso de Maurício Carrilho (violão) e Luciana Rabello (cavaco), entre outros. Só pelo vigor da versão da bela Choro Rasgado, já valeu a participação.(Marco Antonio Barbosa)
O grande brilho fica por conta dos momentos instrumentais. Vôos musicais tão complexos quanto fluidos podem ser ouvidos nas interpretações do jovem Caio Márcio, que debulha o violão na abertura (destaque para as impressionantes filigranas que adornam a versão de Lamentos do Morro, de Garoto). Ou nas duas intervenções do Madeira Brasil, caprichando no chorinho (Aguenta Seu Fugêncio) ou dando cor nova a 1 X 0, de Pixinguinha, no entrelaçar de bandolim e violões. Estrategicamente colocado após os citados, vem Yamandú - destroçando em Chovendo na Roseira, abusando de dedilhados velocíssimos e inesperados harmônicos, tudo isso sem perder a linha melódica de Jobim. As músicas com vocal soam menos acachapantes, ainda que em nada quebrem o clima de excelência do CD. Marianna e Sheila, especialistas em recriar a parceria Edu Lobo/Chico Buarque, injetam ar jazzistico no samba de Nego Maluco e apelam à simplicidade em Beatriz. Os sempre confiáveis cantores do Garganta Profunda retrabalham três momentos bem distintos do samba, acompanhados de instrumentação minimal: os primórdios de Lata D'água, a bossa de O Pato e a delicadeza de Caetano Veloso (em Desde que o Samba É Samba). Tudo com seu habitual suingue e irreverência (válida especialmente em O Pato). Francis Hime conjuga elegância e emoção entoando três números, contando com o auxílio luxuoso de Maurício Carrilho (violão) e Luciana Rabello (cavaco), entre outros. Só pelo vigor da versão da bela Choro Rasgado, já valeu a participação.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas