Zé Nogueira
Zé Nogueira é constantemente citado como o único brasileiro que toca exclusivamente o sax soprano. Mas domina também teclado e flauta, que começou estudando aos 15 anos. Passou pelos bancos do Conservatório Brasileiro de Música, da Escola Nacional de Música da UFRJ e da Berklee College of Music, em Boston (EUA). Estreou em 1975, tocando sax na peça "Gota d’Água", de Chico Buarque. Posteriormente, participou da "Ópera do Malandro" e de "Rei de Ramos". Durante anos, tocou em discos e shows de figuras do primeiro time da música brasileira e também fez parte da Banda Zil — com quem gravou um disco — e da Usina. Como produtor musical, esteve à frente de trabalhos de Djavan, Victor Biglione, Leny Andrade e Ney Matogrosso. Participou de festivais em Varadero (Cuba), Montreux (Suíça), Nova York e Japão. Com 20 anos de carreira, gravou o primeiro solo, "Disfarça e Chora", em 1995, um painel do sopro brasileiro, pelo qual foi indicado ao Prêmio Sharp como Melhor Álbum Instrumental. Neste disco, o instrumentista passeia pela música brasileira, desde Cartola, Severino Araújo e Moacyr Santos a Guinga e Edu Lobo. No Free Jazz Festival de 1996, apresentou uma seleção de chorinhos e sambas acompanhado por Leandro Braga, Ricardo Silveira, Zeca Assumpção e Marcos Suzano, confirmando a boa impressão que deixou quando lançou o disco. Nos bastidores do festival, participou durante anos como assessor artístico. Fez uma incursão pelo cinema. Com Victor Biglione compôs a trilha de "Faca de Dois Gumes" e produziu a trilha composta por Cristóvão Bastos para "Mauá, o Imperador e o Rei".