Mangueira, Estação Primeira (G.R.E.S.) nascimento 28/04/1928

Uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, além de ser a mais popular, foi fundada por Euclides, Satur (Satunino Gonçalves), Massu (Marcelino José Claudino), Pedro Paquetá (Pedro Caim), Abelardo da Bolinha, Cartola (Angenor de Oliveira) e Zé Espinguela (José Gomes da Costa), em uma reunião no Buraco Quente, região central da Mangueira. Carlos Cachaça também era do núcleo, mas não assinou a ata da fundação porque tinha que trabalhar naquele dia. A versão oficial da escola diz que o ano de fundação é 1928, mas pesquisadores afirmam, baseados em documentos, que a data certa seria 28/4/1929. O embrião da escola foi o Bloco dos Arengueiros, um bloco carnavalesco formado na década de 20 pelos sambistas e "valentões" das redondezas, que desfilava pela Mangueira e Praça Onze. O nome "Estação Primeira" foi sugerido por ser ali a primeira estação da linha de trem, a partir da Central do Brasil, onde havia samba. Outra versão diz que na verdade a terminologia veio porque era a Mangueira a primeira estação dos trens que vinham de Francisco Sá e Barão de Mauá. As cores verde e rosa foram escolhidas por Cartola, inspirado nas cores de uma agremiação carnavalesca de sua infância, o Rancho dos Arrepiados, e na bandeira verde e graná do Fluminense Football Club, seu time de coração. Hoje em dia o verde-e-rosa é identificado imediatamente com a Mangueira. Em 1929 a Mangueira participou do primeiro concurso entre escolas de samba, e que reuniu três agremiações: Portela, Deixa Falar e Mangueira. O único júri era o mangueirense Zé Espinguela, que deu a vitória ao samba do portelense Heitor dos Prazeres. O primeiro desfile oficial das escolas de samba, organizado em 1932 na Praça Onze, foi vencido pela Mangueira co o enredo "Floresta", de Cartola e Carlos Cachaça. Desde a então a verde-rosa tem sido presença constante nos desfiles do Rio de Janeiro. Alguns enredos entraram para a história do carnaval, como o de 1983, "Yes, Nós Temos Braguinha", por ocasião da inauguração do Sambódromo no Rio de Janeiro, ou 1986, quando o enredo "Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm" sagrou-se campeão com todas as notas dez, e apenas um nove (no quesito alegorias e adereços). Outro campeonato foi vencido em 1998 com o enredo "Chico Buarque de Mangueira".

Enredos e colocações da Mangueira:

1932 A Floresta – 1º lugar
1933 Uma 2ª Feira no Bonfim da Bahia – 1º lugar
1934 Homenagem – 1º lugar
1935 2º lugar
1936 2º lugar
1937 não houve vencedora
1938 não houve vencedora
1939 2º lugar
1940 Prantos, pretos e poeta – 1º lugar
1941 2º lugar
1942 3º lugar
1943 2º lugar
1944 2º lugar
1945 2º lugar
1946 2º lugar
1947 2º lugar
1948 4º lugar
1949 Ciência e arte – 1º lugar
1950 Plano Salte – 1º lugar
1951 2º lugar
1952 não houve vencedora
1953 3º lugar
1954 Rio de ontem e hoje – 1º lugar
1955 2º lugar
1956 3º lugar
1957 3º lugar
1958 3º lugar
1960 Carnaval de todos os tempos – 1º lugar
1961 Recordações do Rio Antigo – 1º lugar
1962 Casa Grande e Senzala – 4º lugar
1963 Exaltação à Bahia – 2º lugar
1964 História de um preto velho – 3º lugar
1965 O Rio através dos séculos – 4º lugar
1966 Exaltação a Villa-Lobos – 2º lugar
1967 O mundo encantado de Monteiro Lobato – 1º lugar
1968 Samba, festa de um povo – 1º lugar
1969 Mercadores e suas tradições – 2º lugar
1970 Um cântico à natureza – 3º lugar
1971 Os modernos bandeirantes – 4º lugar
1972 Rio, carnaval dos carnavais – 2º lugar
1973 Lendas do Abaeté – 1º lugar
1974 Mangueira em tempo de folclore – 4º lugar
1975 Imagens poéticas de Jorge de Lima – 2º lugar
1976 No reino da mãe do ouro – 2º lugar
1977 Panapanã. o segredo do amor – 7º lugar
1978 Dos carroceiros do imperador ao palácio do samba – 2º lugar
1979 Avatar, e a selva transformou-se em ouro – 4º lugar
1980 Coisas nossas – 4º lugar
1981 De Nonô a JK – 4º lugar
1982 As mil e uma noites cariocas – 4º lugar
1983 Verde que te quero rosa... semente viva do samba – 5º lugar
1984 Yes, nós temos Braguinha – 1º lugar
1985 Abram Alas que eu quero passar Chiquinha Gonzaga – 7º lugar
1986 Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm – 1º lugar
1987 No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade – 1º lugar
1988 Cem anos de liberdade – Realidade ou Ilusão – 2º lugar
1989 Trinca de Reis – 9º lugar
1990 E deu a louca no Barroco – 8º lugar
1991 As três rendeiras do Universo – 11º lugar
1992 Se todos fossem iguais a você – Tom Jobim – 6º lugar
1993 Dessa fruta eu como até o caroço – 5º lugar
1994 Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu – 11º lugar
1995 A Esmeralda do Atlântico – 6º lugar
1996 Os tambores da Mangueira na Terra da Encantaria – 4º lugar
1997 O Olimpo é verde e rosa – 3º lugar
1998 Chico Buarque de Mangueira – 1º lugar
1999 O Século do Samba – 8º lugar
2000 Dom Obá II – Rei dos esfarrapados, príncipe do povo – 7º lugar

Discografia

Coletâneas
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