Francisco Alves nascimento 19/08/1898 falescimento 27/09/1952

Um dos maiores fenômenos da história da música popular brasileira, Francisco Alves foi peça-chave no mercado fonográfico nacional. Surgiu em uma época em que as técnicas de gravação se aprimoravam no Brasil, os discos se popularizavam, o rádio se desenvolvia e o samba se consagrava como estilo musical. Com estimados 5 milhões de discos vendidos, sua carreira é toda superlativa. Ficou eternamente conhecido como o Rei da Voz (apelido dado pelo radialista César Ladeira), representante ilustre da era de ouro do rádio. Nascido no Rio, passou a infância nos bairros do Estácio, Saúde e Vila Isabel, futuros berços do samba. Trabalhou como operário de fábrica e decidiu fazer aulas de canto para candidatar-se a uma vaga em uma companhia de circo. Conseguiu a vaga, mas teve que continuar trabalhando em outro ramo, dessa vez como chofer de praça, para ganhar dinheiro. Sua primeira gravação aconteceu em 1919 com três composições de Sinhô, o Rei do Samba; "Pé de Anjo", "Fala, Meu Louro" e "Alivia Estes Olhos". Em 1924 gravou pela Odeon, mas não teve êxito até 1927, quando, pela mesma Odeon, foi o primeiro cantor a realizar gravação por processo elétrico. O disco de Francisco Alves interpretando "Albertina" e "Passarinho do Má", ambas de autoria de Duque, tem o registro Odeon 10.001. A partir daí estourou e se transformou no maior cantor do Brasil. Gravava para a Odeon e ao mesmo tempo para a Parlophon, em que usava o pseudônimo Chico Viola. Estreou em 1929 no rádio, em programa da Rádio Sociedade, usando pela primeira vez o veículo de comunicação que faria a sua fama e glória. Foi o responsável pela consagração de diversos compositores negros de samba, como Cartola, Heitor dos Prazeres e Ismael Silva. Reinou absoluto nos anos 30 e 40 no cenário da música vocal brasileira com uma produção massiva de novas gravações e programas, cercado por outros grandes cantores, como Mário Reis (com quem gravou mais de 20 músicas em dupla), Orlando Silva, Silvio Caldas, Carlos Galhardo. Também compunha, ainda que seja difícil saber exatamente quais composições são de fato suas e quais foram "compradas" a outros compositores. Rico e famoso, Alves fazia propostas a sambistas como Noel Rosa e Ismael Silva, pagava a assumia a autoria de seus sucessos. Sua carreira não teve declínio. Quando morreu ainda estava no auge. Sua morte, em um acidente automobilístico, quando dirigia seu Buick, provocou comoção popular em todo o país. Milhares de pessoas acompanharam o enterro e há até mesmo registro de um suicídio provocado pela morte do cantor. Muitos foram os sucessos na voz de Francisco Alves. Alguns dos mais emblemáticos são a valsa "Boa Noite, Amor" (J.M. Abreu/ F. Matoso), "É Bom Parar" (Rubens Soares), "Foi Ela" (Ary Barroso), "A Mulher que Ficou na Taça" (com Orestes Barbosa), "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), "Se Você Jurar" (Ismael Silva), "Fita Amarela" (Noel Rosa), "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), "Onde o Céu Azul É Mais Azul" (Alcyr Pires Vermelho/ João de Barro/ Alberto Ribeiro), e ainda "A Voz do Violão" (com Horácio Campos), "Malandrinha" (Freire Júnior), "Caminhemos" (Herivelto Martins) e "Cadeira Vazia" (Lupicínio Rodrigues/ Alcides Gonçalves).

Discografia

Extras
SUCESSOS NA VOZ DO REI

SUCESSOS NA VOZ DO REI

Collector's - 1969
 
Coletâneas
LONGA CAMINHADA

LONGA CAMINHADA

Revivendo - 1998
 
CANTA BRASIL

CANTA BRASIL

Revivendo - 1995
 
MESTRES DA MPB - FRANCISCO ALVES

MESTRES DA MPB - FRANCISCO ALVES

Continental - 1994
 
IN MEMORIAM - FRANCISCO ALVES

IN MEMORIAM - FRANCISCO ALVES

BMG Ariola - 1993
 
FRANCISCO ALVES

FRANCISCO ALVES

Revivendo - 1991
 
A CANÇÃO DOS EXPEDICIONÁRIOS

A CANÇÃO DOS EXPEDICIONÁRIOS

Moto Disco/EMI Music - 1991
 
O CANTOR ECLÉTICO

O CANTOR ECLÉTICO

Odeon - 1969
 
O REI DA VOZ

O REI DA VOZ

Odeon - 1958
 
Caixas/2 em 1
FRANCISCO ALVES - O REI DA VOZ

FRANCISCO ALVES - O REI DA VOZ

BMG Ariola - 1997
 
Livro
FRANCISCO ALVES-AS MIL CANÇÕES DO REI DA VOZ