Maria Bethânia nascimento 18/06/1946

Nascida em Santo Amaro da Purificação (BA), cantava desde pequena, com outros da família, e pensava em ser atriz. Em 1960 foi para Salvador terminar os estudos, e passou a freqüentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano Veloso.

Três anos depois estreou na peça "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, como cantora. Por essa época, Bethânia e Caetano conheceram outros músicos iniciantes: Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Alcivando Luz e outros. Esse grupo montou, em 1964, os espetáculos "Nós Por Exemplo", "Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova" e "Mora na Filosofia". Na ocasião, Bethânia foi ouvida pela musa da bossa nova, Nara Leão, que a convidou para substituí-la no espetáculo "Opinião", em cartaz no Rio de Janeiro.

Bethânia e Caetano foram para o Rio em 1965, e ela tornou-se conhecida por sua participação no "Opinião", interpretando "Carcará" (João do Vale/ José Cândido), que a marcou como cantora de protesto. Ainda no ano de 1965 gravou seus primeiros discos, um compacto e um LP, com sambas de Noel Rosa, Benedito Lacerda, e músicas de Caetano.

Depois de um breve retorno à Bahia, participou, em 1966 dos espetáculos "Arena Canta Bahia" e "Tempo de Guerra", ambos com direção de Augusto Boal. Também competiu em festivais e cantou em teatros e casas noturnas no Rio e São Paulo, tornando-se nacionalmente conhecida. Com mais de 30 discos gravados ao longo de sua carreira, dividiu shows e álbuns com Edu Lobo, Chico Buarque e participou do grupo Doces Bárbaros em 1976, ao lado de Caetano, Gil e Gal Costa.

Seu disco "Álibi", de 1978, foi o primeiro de uma cantora brasileira a vender mais de um milhão de cópias, alavancado pelos sucessos de "Negue" (Adelino Moreira/ Enzo Passos), "Explode Coração" (Gonzaguinha), "Ronda" (Paulo Vanzolini), "Sonho Meu" (Dona Ivone Lara/ Délcio Carvalho) e "Cálice" (Gil/ Chico Buarque). Em 86, lançou o LP "Dezembros", que destacava o bolero "Anos Dourados", de Tom Jobim e Chico Buarque.

Até meados dos anos 90, realizou discos mais intimistas, até que em 1994, voltou ao romantismo num disco só com músicas de Roberto e Erasmo Carlos ("As Canções que Você Fez pra Mim"). Em 96, lançou o CD "Âmbar", que se transformou no espetáculo "Âmbar - Imitação da Vida", no ano seguinte, um grande sucesso de público e virou álbum duplo. Em 1999 lançou o CD duplo "Diamante Verdadeiro", também ao vivo.

O ano de 2000 foi marcado por grandes concertos e encontros musicais; Bethânia apresentou-se ao lado do tenor italiano Luciano Pavarotti, em Salvador (Bahia); com Caetano Veloso no Pavilhão Atlântico em Lisboa (Portugal); e na noite de 31 de dezembro fez um show para mais de 200.000 pessoas com Gilberto Gil no Farol da Barra (Bahia/Salvador).

Maria Bethânia comemorou 35 anos de carreira em 2001, completados na verdade em 2000, (a data oficial de sua estréia profissional é 13 de Fevereiro de 1965, o dia exato em que subiu ao palco no show Opinião no Rio substituindo Nara Leão). E em dose dupla: o show de lançamento do novo álbum "Maricotinha" reuniria no dia 04 de Setembro no palco do Canecão, Rio de Janeiro, uma constelação de grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso, e Gilberto Gil, prestando sua homenagem à diva. Em 2002, Maria Bethânia surpreendeu ao lançar "Maricotinha ao vivo" pela gravadora independente "Biscoito Fino". O sucesso alcançado pelo álbum duplo, que vendeu mais de 100 mil cópias, mostrou que ela não estava errada. Com 49 faixas, gravado no Directv Hall, em São Paulo, registra o show "Maricotinha", apresentado em inúmeras capitais brasileiras. Além do repertório do último disco, o show apresenta antigos sucessos na voz de Bethânia, como "Álibi" (Djavan), "Ronda" (Paulo Vanzolini), "Anos dourados" (Chico Buarque e Tom Jobim), "Festa" (Luiz Gonzaga Júnior) e "Opinião" (Zé Kéti), esta última, a música que lançou a cantora em 1965. Dirigido por Fauzi Arap, no espetáculo são recitados textos de Fernando Pessoa, Ferreira Goulart, José Vicente, Lya Luft, Sophia de Mello Breyner e Natália Correa. "Maricotinha ao vivo" foi lançado também em DVD, em 2003. Filmado na tradicional casa de espetáculos carioca, o Canecão, o DVD traz os videoclipes "A voz de uma pessoa vitoriosa", que mostra o Rio de Janeiro dos anos 60, e "Coração meu", vídeo composto por cenas fluviais e marinhas.

Antes do DVD "Maricotinha ao vivo", Maria Bethânia lançou o álbum "Cânticos, Preces, Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu", em que homenageia Nossa Senhora. Neste compacto, a cantora reafirma toda sua religiosidade, presente em quase toda sua obra. Bethânia reafirmou sua independência em 2003.

Inaugurando seu selo "Quitanda" dentro da "Biscoito Fino", a cantora lançou "Brasileirinho". "Brasileirinho" superou as expectativas, conquistando crítica e público. Com participações especiais de Miúcha, Nana Caymmi, do grupo Tira Poeira, formado por cariocas, gaúchos e catarinenses, na música "Padroeiro do Brasil" (Ary Monteiro e Irany de Oliveira), e do grupo experimental mineiro Uakti na faixa "Salve as Folhas", o disco viaja pelos diversos brasis do interior. As faixas são intercaladas com intervenções poéticas de Ferreira Gullar, recitando "O Descobrimento", de Mário de Andrade, e de Denise Stoklos, que interpreta "O poeta.

No ano seguinte foi lançado o registro do show do disco "Brasileirinho", gravado ao vivo no Canecão, em DVD. O repertório extrapola o álbum e conta com 36 faixas, retomando as parcerias com Miúcha, Nana Caymmi, e com os grupos Uakti e Tira Poeira, que participam mais do espetáculo. Estão presentes também as intervenções poéticas feitas tanto por Denise Stoklos e Ferreira Gullar, como pela própria Bethânia. Nos "extras", um making of do espetáculo com entrevistas, além da versão exclusiva de "Trenzinho Caipira" e de versões em close de "Cigarro de Paia" e "Motriz".

Quase como continuação de "Brasileirinho", Bethânia produziu a homenagem "Namorando a Rosa", para Rosinha de Valença. Violonista, Rosinha teve grande participação na carreira de sucesso de Bethânia. Dirigiu seu espetáculo "Comigo me Desavim", em 1967, e gravou "Cheiro de Mato", álbum de 1976 que influenciou a obra da cantora baiana. O disco tem 13 músicas, com uma gravação de Rosinha de Valença e faixas interpretadas por Chico Buarque, Bebel Gilberto, Maria Bethânia, Yvone Lara, Delcio Carvalho, Yamandú Costa, Alcione, Martinho da Vila, Turíbio Santos, Joanna, Miúcha, Hermeto Pascoal e Caetano Veloso.

Em 2005, outra homenagem, desta vez mais pessoal, ao poeta Vinicius de Moraes. São 15 faixas nas quais Bethânia interpreta parcerias do "poetinha" com Antonio Carlos Jobim, Garoto, Chico Buarque, Carlos Lyra, Baden Powell, Toquinho, Adoniran Barbosa, Jards Macalé, além de uma versão de Caetano Veloso para "Nature Boy" (Eden Ahbez) e de um antigo registro de voz de Vinicius, recuperado por ela. O disco não deixa de ser uma retribuição de Bethânia à música "O mais-que-perfeito", de Vinicius e Macalé, que ratificou a generosidade visionária do poeta ante a geração de Bethânia, Caetano, Chico, Edu e do próprio Macalé.

Ainda em 2005, é lançado um DVD, “Tempo, tempo, tempo” (Biscoito fino), com imagens do show gravado em São Paulo, onde a cantora comemorou 40 anos de carreira. Além de canções imortais de Vinícius de Moraes, Bethânia recria os compositores mais marcantes de sua trajetória, como Chico Buarque e Caetano Veloso, num repertório definitivo na voz da mais influente intérprete da música brasileira.

Discografia

Discos de carreira
QUE FALTA VOCÊ ME FAZ

QUE FALTA VOCÊ ME FAZ

Biscoito Fino - 2005
 
TEMPO, TEMPO, TEMPO

TEMPO, TEMPO, TEMPO

Biscoito Fino - 2005
 
BRASILEIRINHO

BRASILEIRINHO

Biscoito Fino - 2004
 
BRASILEIRINHO AO VIVO

BRASILEIRINHO AO VIVO

Biscoito Fino - 2004
 
MARICOTINHA AO VIVO

MARICOTINHA AO VIVO

Biscoito Fino - 2003
 
MARICOTINHA AO VIVO

MARICOTINHA AO VIVO

Biscoito Fino - 2002
 
MARICOTINHA

MARICOTINHA

BMG Brasil - 2001
 
A FORÇA QUE NUNCA SECA

A FORÇA QUE NUNCA SECA

BMG Brasil - 1999
 
DIAMANTE VERDADEIRO

DIAMANTE VERDADEIRO

BMG Brasil - 1999
 
IMITAÇÃO DA VIDA

IMITAÇÃO DA VIDA

EMI Music - 1997
 
ÂMBAR

ÂMBAR

EMI Music - 1996
 
MARIA BETHÂNIA AO VIVO

MARIA BETHÂNIA AO VIVO

Polygram - 1995
 
OLHO D'ÁGUA

OLHO D'ÁGUA

Polygram - 1992
 
MARIA BETHÂNIA - 25 ANOS

MARIA BETHÂNIA - 25 ANOS

Polygram - 1990
 
MEMÓRIAS DA PELE

MEMÓRIAS DA PELE

Polygram - 1989
 
MARIA

MARIA

BMG Ariola - 1988
 
DEZEMBROS

DEZEMBROS

RCA Victor - 1986
 
A BEIRA E O MAR

A BEIRA E O MAR

Polygram - 1985
 
CICLO

CICLO

Polygram - 1983
 
NOSSOS MOMENTOS

NOSSOS MOMENTOS

Polygram - 1982
 
ALTEZA

ALTEZA

Polygram - 1981
 
TALISMÃ

TALISMÃ

Polygram - 1980
 
MEL

MEL

Polygram - 1979
 
ÁLIBI

ÁLIBI

Polygram - 1978
 
PÁSSARO DA MANHÃ

PÁSSARO DA MANHÃ

Phonogram - 1977
 
PÁSSARO PROIBIDO

PÁSSARO PROIBIDO

Phonogram - 1976
 
A CENA MUDA

A CENA MUDA

Phonogram - 1974
 
DRAMA - 3º ATO

DRAMA - 3º ATO

Phonogram - 1973
 
DRAMA - ANJO EXTERMINADO

DRAMA - ANJO EXTERMINADO

Phonogram - 1972
 
ROSA DOS VENTOS

ROSA DOS VENTOS

Phonogram - 1971
 
A TUA PRESENÇA

A TUA PRESENÇA

Philips - 1971
 
MARIA BETHÂNIA AO VIVO

MARIA BETHÂNIA AO VIVO

Odeon - 1970
 
MARIA BETHÂNIA

MARIA BETHÂNIA

Odeon - 1969
 
EDU E BETHÂNIA

EDU E BETHÂNIA

Elenco - 1966
 
MARIA BETHÂNIA

MARIA BETHÂNIA

RCA Victor - 1965
 
Extras
TODO DIA É DIA D

TODO DIA É DIA D

Dubas Música/Universal Music - 2002
 
EU VIM DA BAHIA

EU VIM DA BAHIA

BMG Brasil - 2002
 
Coletâneas
ROMÂNTICA

ROMÂNTICA

BMG Brasil - 2002
 
SONHO IMPOSSÍVEL

SONHO IMPOSSÍVEL

Polygram - 1992
 
VELLOSO, BETHÂNIA E GIL

VELLOSO, BETHÂNIA E GIL

RCA Victor - 1968
 
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